Eram 9:00 quando ficou na clinica veterinária para ser operada, bem acompanhada pela Drª Helena e suas assistentes. Amedrontada porque conhece bem o local pelas suas anteriores idas à vacinação e entorses nas patas, a muito custo, ela lá entrou. Eu deixei-a e pedi o máximo esforço e empenho da médica, o sucesso foi entregue a quem percebe da "póda".
De seguida fui trabalhar, tinha a certeza absoluta que seria um dia bem dificil de passar pois qualquer momento mais calmo (Apesar de a área onde estou inserido ser sempre turbulenta) me levaria a pensar como poderia estar a correr a cirurgia, honestamente foi um dia bem atribulado mas mesmo assim pensava na Siria e as horas foram passando.
Eram 19:00 quando voltei à clinica, tinha de a levar para casa, mesmo a Drª Helena me tinha aconselhado a que a Siria não passasse lá a noite, era demasiado "apegada" ao seu dono e ao ambiente familiar. A Drª Helena disse que a cirurgia tinha corrido bem mas que teria de ter imenso cuidado no pós-operatório, não poderia a Siria fazer qualquer esforço dada a dimensão da cicatriz e o local. Foram retirados vários tumores, o útero estava enraizado deles e aproveitaram para castrar a Siria de forma a ficar mais salvaguardada para o futuro.
Encontrei-a num gabinete, literalmente, com o focinho virado para um canto. A Drª Helena disse que ela ficou assim desde o término da cirurgia e se recusou a virar sempre que era aclamada, aí estava demonstrada a sua #identidade, essa #identidade pessoal durou até eu chegar, quando chamei por ela, ela com muito esforço lá se virou e pôs-se de pé. Completamente torta, passando nesse momento a alterar a sua #identidade pessoal para a #identidade colectiva, percebeu que afinal não foi deixada lá.
Estava pronta a ir para casa, voltou à sua zona de conforto, estava combalida mas feliz por estar em casa. Acredito que a sua #identidade será forte o suficiente para recuperar rapidamente e fazer o que mais gosta, jogar à bola!
"E depois da cirurgia..." que vontade tenho eu de voltar a jogar com ela!